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Como será depois

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Há um ano, se você me dissesse o que aconteceu em Paris, em Roma, Madri, Nova York, Rio de Janeiro, São Paulo, em grande parte do mundo, eu perguntaria "como?" e, rindo, diria "impossível, só em ficção". A imagem da Praça de São Pedro, no Vaticano, vazia, com o Papa Francisco rezando pelo fim da pandemia talvez seja um dos símbolos do que o mundo tem passado, paralisado, há alguns meses.

O mundo está "estacionado". Estacionamento necessário. É preciso, segundo alguns cientistas e a Organização Mundial da Saúde. Porém, essa parada temporária, esse estacionamento, terá um preço alto para a sociedade, que, a meu ver, já começa a ser pago. Lembrando que não quero discutir recomendações médicas e técnicas e nem fazer juízo de valores. Tem uma frase que diz: "tudo tem três lados, o meu, o teu e a verdade". E as verdades, para os que olham números, fatos e buscam soluções, são muitas e, às vezes, assustadoras. O dinheiro não deixa de existir, ele apenas muda de mãos, isso é um fato.

A pandemia de Covid-19, de uma forma cruel, aumentou a concentração de renda e as desigualdades sociais, uma realidade que os números já estão mostrando e logo serão confirmados.

E o número de vulneráveis, seja economicamente, socialmente e até emocionalmente, aumentou. Por outro lado, um grupo grande de empresários, pessoas comuns e os governos buscam atender os mais necessitados.

Aqui não falo em vulnerabilidade porque é um conceito mais amplo, definido por muitas variáveis, muito além de alimentação e/ou atendimento de necessidades básicas - acredito que a falta de acesso à educação, ao conhecimento e à liberdade de escolha é o que torna as pessoas necessitadas de bens básicos para sobrevivência em vulnerabilidade. A saída da vulnerabilidade vai muito além de cestas básicas, R$ 600, material de higiene, quentinhas ou programas de auxílio às empresas.

Pelos mais diversos motivos, muitos dos quais humanitários, essas iniciativas buscam amenizar o sofrimento de todos e a garantia de empregos, entre outras coisas. É uma verdade. Mas a maior verdade é que nunca seremos os mesmos. A verdade é a necessidade urgente de nos unirmos para, juntos, buscarmos novos caminhos. Juntos por mais soluções. Espero que tenhamos aprendido que, independentemente de dinheiro, bens ou condição social de cada um, há fatos, situações e vírus a que todos são suscetíveis.

Enfim, a verdade é que precisamos de bom senso e de diálogo, porque os problemas são grandes e, se ainda não atingiram, vão de alguma forma chegar a todos, com certeza. Então, para sair do estacionamento, precisamos de diálogo. Vamos conversar.


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